Presentes! – Por Thiago Brega de Assis

25/12/2016

A gratidão é um sentimento fundamental, de natureza religiosa, pois com ele sentimos o presente da vida. Presente como momento eterno, presente como dádiva.

Hoje agradeço a Deus pelo presente e pelos presentes que recebi ao longo da vida, pela própria participação na Vida.

Primeiro pelo primeiro natal, mas principalmente pelo nascimento espiritual.

Deus é a Vida, e por sua Graça participo da Vida.

Sou vivo e estou vivo.

Como Espírito sou vivo, integro a eternidade de Deus, pois o espírito é eterno. Como corpo estou vivo, morrerei, esperando a ressurreição da carne, restabelecendo a unidade física com meu espírito, mesmo porque a física não explica o que seja o físico, a matéria, pelo que não vejo e menor dificuldade em acreditar na ressurreição da carne.

O verdadeiro nascimento é espiritual, quando o corpo vivo reconhece em si a Vida.

São Paulo nos diz que a cruz de Cristo e ressurreição da carne são a loucura do cristão, e isso é verdade, uma Verdade que nenhuma outra religião possui.

É uma pena que a cristandade não reconheça essa Verdade.

A Verdade é que, em Cristo, somos imortais. Essa é nossa crença, que o mundinho do dia a dia tenta nos fazer ignorar.

A maior artimanha do Maligno, decorrente da Queda, do Pecado, da separação de Deus, é nos fazer esquecer nossa eternidade, para nos preocuparmos com períodos ridículos e humanos de tempo, anos ou mesmo décadas.

Não que essa vida não seja importante, muito pelo contrário, pois é aqui, em horas, dias, meses, anos ou décadas, que fazemos nossa experiência espiritual, aqui que semeamos nossa eternidade definitiva. Mas aqui é a fase mais curta, ainda que a mais importante, de nossa vida. Mais curta em tempo, e mais importante porque aqui definimos nosso Ser, quem somos, além de quem estamos.

O fato de uma criança viver apenas momentos, ainda que sem o batismo, não significa que ela não participe da vida eterna. O amor dos pais, que tem sido cada vez mais raro, é suficiente para colocar o infante na eternidade. E se não houver amor dos pais, o amor de Deus o fará.

Alguns conseguem o privilégio, como eu, de receber amor dos pais, em suas várias formas, tanto como carinho, quanto como educação e disciplina. O amor paterno e materno nos dá a primeira imagem de Deus, que é Amor. Esse amor é eterno, e não há distância que possa afastá-lo, ainda que os pais falhem, porque, como nós, também não são perfeitos.

E minha gratidão por Deus não para aí, pois também vivi o amor fraterno, com irmãos fantásticos, coisa também rara, digo raríssima, nos dias de hoje, aquele amor que nos une de forma perene, que está além do espaço-tempo.

Mas existe uma união ainda maior, descrita na Bíblia, que permite o milagre da vida, a união de dois corpos em um só, como no casamento, cujo fruto é a prova dessa multiplicação de vida, em que a criança assume múltiplas habilidades, sendo uma mistura dos pais. Também nisso sou agraciado, sou Grato a Deus, pela mulher maravilhosa que se uniu a mim em um novo ser uno e múltiplo, e pelo fruto também maravilhoso dessa união.

Ainda assim, os dois maiores exemplos da vida Cristã, ou os maiores responsáveis pela divulgação da verdadeira religião, o próprio Jesus Cristo e são Paulo, eram solteiros. Eles conseguiram a união perfeita, com o Criador e a humanidade, em pureza de espírito. Todo cristão tem um pouco de Jesus Cristo e um pouco de são Paulo em si, como filhos que herdam qualidades de seus pais, tal foi o Amor distribuído por eles ao longo de suas vidas.

Seus exemplos nos servem de estímulo, para prosseguir, apesar das tribulações.

Jesus Cristo, são Paulo, e outros mártires, passaram por torturas físicas e psicológicas, mas isso não os impediu de continuar.

“Ficai sempre alegres, orai sem cessar. Por tudo dai graças, pois esta é a vontade de Deus a vosso respeito, em Cristo Jesus. Não extingais o Espírito; não desprezeis as profecias. Discerni tudo e ficai com o que é bom. Guardai-vos de toda espécie de mal” (1Ts 5, 16-22).

Nós vivemos em plena era do anticristo, e essa orientação é mais válida do que nunca.

Orar sem cessar!

Dar graças a Deus por tudo! Tudo de bom e também por tudo que pensamos ser ruim, devemos dar graças pelas tribulações, ainda que seja quase impossível fazer isso durante a tribulação.

A morte de Jesus foi terrível, mas por ela alcançamos a salvação.

Não desprezar a profecia! Para começar, é preciso conhecer a profecia, pois seu desconhecimento é o primeiro desprezo.

Quando conseguimos discernir o divino e o demoníaco, em nós primeiro, e depois nos outros, inclusive naqueles que nos dão amor, conseguimos nos guardar do mal.

Essa mensagem é para nós, dos tempos atuais, pois o contexto imediatamente anterior fala da vinda do Senhor como ladrão noturno (1Ts 5, 2).

O tempo moderno é de solidão, decorrente da futilidade da vida das redes sociais, sem conteúdo, sem vivência, de relacionamentos vazios, sem Espírito.

Passa-se muito mais tempo lendo as notícias que serão desatualizadas em minutos ou dias do que as verdades eternas do conhecimento espiritual.

E não basta o conhecimento teórico, urgindo a prática diuturna dos mandamentos.

Primeiro pela boa educação, com boa leitura, e então pela prática constante, nos menores detalhes da vida: paciência com os outros, especialmente idosos e crianças, que estão no tempo correto da vida, mais perto da eternidade, ao contrário dos adultos; respeito e atenção ao próximo; desapego material.

A caridade com o próximo, com um parente, às vezes pode ser difícil, pois quanto mais próximo maior a chance de uma agressão. Daí a necessidade do exercício do perdão.

Outro dia, falei isso em júri. “Diz-se que ‘quem bate esquece, e quem apanha nunca esquece’, mas quem pretende ser justo deve esquecer quando apanha e lembrar de quando bate”, para não voltar a bater, almejando a santidade.

Deus é Espírito e Deus é Amor, e também perdão, devendo ser seguido o exemplo de Jesus Cristo, que disse, LOGO DEPOIS DE SER TORTURADO, PENDURADO NA CRUZ: “Pai, perdoa-lhes: não sabem o que fazem”.

E porque Deus nos perdoou, pelos pecados que cometemos ao longo da vida, vale a demonstração da gratidão. Obrigado, Senhor!

Ele só quer isso, que sejamos gratos e que não pequemos mais, que sejamos santos.

A santidade exige esforço diário, tudo o que mundo do consumo e das facilidades de hoje não quer.

“Buscai, em primeiro lugar, o Reino de Deus e a sua justiça, e todas essas coisas vos serão acrescentadas. Não vos preocupeis, portanto, com o dia de amanhã, pois o dia de amanhã se preocupará consigo mesmo. A cada dia basta o seu mal” (Mt 6, 33-34).

Se você não está buscando em primeiro lugar o Reino de Deus, o exercício do amor Ágape, não é de se admirar a falta de paz.

O amor é a Ponte de Einstein-Rosen, que curva o espaço-tempo de tal forma que leva a qualquer ponto da existência, em energia infinita, em unidade espiritual.

O amor nos leva à eternidade agora, ao Reino de Deus, que é espiritual mas está presente na vida, pela doação, fazendo com que o outro cresça comigo.

Somos corpo finito, e também espírito infinito, e o amor nos permite a conexão ao campo físico infinito, unindo de alguma forma nossa mente à de Deus, agindo aqui, mas além daqui, desfrutando a vida que seja compatível com a eternidade, e exercendo o serviço divino, o sacrifício, que consiste em ajudar que os demais filhos de Deus também possam alcançar a Unidade.

“Não rogo somente por eles, mas pelos que, por meio de sua palavra, crerão em mim: a fim de que todos sejam um. Como tu, Pai, estás em mim e eu em ti, que eles estejam em nós, para que o mundo creia que tu me enviaste. Eu lhes dei a glória que me deste para que sejam um, como nós somos um: Eu neles e tu em mim, para que sejam perfeitos na unidade e para que o mundo reconheça que me enviaste e os amaste como amaste a mim” (Jo 17, 20-23).

Obrigado, Senhor, por me permitir proclamar o Evangelho, e assim cumprir o mandamento do Mestre.

“Dirigi-vos, antes, às ovelhas perdidas da casa de Israel. Dirigindo-vos a elas, proclamai que o Reino dos Céus está próximo”

“O que vos digo às escuras, dizei-o à luz do dia: o que vos é dito aos ouvidos, proclamai-o sobre os telhados. Não temais os que matam o corpo, mas não podem matar a alma. Temei antes aquele que pode destruir a alma e o corpo na geena” (Mt 10, 6-8; 27-28).

“E disse-lhes: ‘Ide por todo o mundo, proclamai o Evangelho a toda criatura’” (Mt 16, 15).

Nossa função como cristãos é dar o testemunho da verdade e proclamar o Evangelho, a todo momento, seguindo o exemplo de Jesus, até nossa morte física ou Sua volta, independentemente de qual evento ocorrer primeiro, notadamente porque o segundo anula a primeira, para aqueles que estiverem em união com Cristo na morte, e na Vida.

“Mas recebereis uma força, a do Espírito Santo que descerá sobre vós, e sereis minhas testemunhas em Jerusalém, em toda a Judéia e a Samaria, e até os confins da terra” (At 1, 8).

Nossa obrigação como cristão é sermos cristãos onde estivermos, sempre, pelo exemplo e pela pregação da palavra, até os confins da terra.

Obrigado, Senhor! E que minha oração seja realizada, em nome de Jesus Cristo crucificado, que as pessoas que lerem este texto destinem menos tempo às maldades das redes sociais e mais tempo à Vida e à proclamação do Reino de Deus, do Evangelho, inclusive pelas redes sociais!

Deus seja Louvado! O Eterno, O que Era, O que É, o que Será!

Obrigado, Senhor!


 

Imagem Ilustrativa do Post: Though I'm poor You say I'm lovely, though I'm dark You say I'm beautiful // Foto de: {Salt of the Earth} // Sem alterações.

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